quinta-feira, 26 de junho de 2008

Separação dos filhotes - Um pouco de culinária.

A segunda postura, salvou a época criação 2008. Três casais criaram 11 filhotes. Agora estão a incubar 14 ovos da terceira postura, vamos ver quantos nascem.

Passados mais ou menos 30 dias, separo os filhotes dos pais, quando vejo que já comem sozinhos a mistura de sementes. Nessa altura aproveito para preencher uma folha, onde registo as anilhas sequencialmente com o numero de todas as aves novas, a cor, e o numero das anilhas dos pais.

Ao pegar na mão os passarinhos senti que alguns estavam mais fracos. Como costumam dizer alguns criadores "os pássaros não enchiam a mão". Resolvi então reforçar a alimentação.

Nos canários de cor, os primeiros dois meses de vida, são um período importante. Podemos potenciar as qualidades genéticas durante o crescimento, fornecendo uma alimentação mais rica. Ou seja se o organismo não tiver disponível as vitaminas, proteínas e minerais, em quantidades suficientes, pode não atingir o seu máximo desenvolvimento.

Resolvi então continuar a dar duas vezes por dia, papa de ovo (farinhada), misturada com sementes germinadas e couscous (semola de trigo).

Preparo da seguinte maneira:

1 - Germino as sementes (sementes de germinar para canários da Versele-Laga).
2 - Preparo o couscous.
couscous1
3 - Coloco num recipiente as sementes germinadas mais o couscous e acrescento vitaminas em pó (Energovis da Chemivit), Fermento Plus da Chemivit e Cê-Dê papa de ovo seca.
couscous2
cÊ-dÊ
4 - Misturo tudo, forneço aos filhotes separados dos pais. O que não usar guardo no frigorífico.
couscous3
As sementes germinadas são mais moles e fáceis de descascar e digerir. Além disso são ricas em vitaminas e minerais (cálcio, potássio e magnésio.)
O couscous rico em hidratos de carbono, fonte de energia.
Polivitaminico em pó Energovis contém varias vitaminas, aminoácidos e ginseng (dar durante 10 dias).
Fermentos Plus - estimulante do sistema imunitário e bio-regulador intestinal.
Cê-Dê - contém ovo, alimento com proteínas, lisina e metionina.

Com esta preparação culinária espero que estes jovens canários, fiquem bem preparados para vencerem a época da muda sem problemas.

sábado, 14 de junho de 2008

Pior que fazer mal é não fazer nada.

No inicio do ano corrente, comprei dois casais de canários verdes, não anilhados. Pássaros muito ariscos, e nervosos. Coloquei os casais em gaiolas grandes duplas tapadas, só com grades na frente.

Sem muitas esperanças em obter ovos este ano, lá os tratei normalmente como os outros casais. Mistura de sementes para canários, normal tipo light, papa (farinhada) Cê-Dê misturada com germinado. Como na primeira postura dos meus canários de cor não obtive os resultados esperados, acrescentei a papa misturada com germinado, vitaminas energovis e um probiótico, o fermento plus da Chemivit.

Coincidência ou não estes casais de canários verdes la colocaram ovos. Infelizmente perdi uma fêmea verde penso que com um ovo atravessado. Embora o tenha expulsado a custo depois de eu ter untado a coloaca com azeite. Analisando o caso penso que falhei ao faltar com semente de níger (a mistura light não tem) e não ter acrescentado cálcio a papa.

Infelizmente as fêmeas verdes, não faziam ninho, embora depositassem os ovos nos cestos. Sempre se recusaram em chocar excepto a ultima postura que fizeram até agora. Esta excepção deve-se ao facto de no fim de semana o local onde estão alojados não ser perturbado com visitas aos arrumos em obras.

Guardei e substitui os ovos a medida que iam sendo postos, com a esperança de mais tarde os colocar sob uma canária de cor. Surgiu a oportunidade e la arranjei uma ama para chocar os ovos. Sem qualquer esperança la aguardei o fim dos 13 dias de choco. Na data prevista e chegado perto da gaiola, ouvi o piar do recem nascido. Numa analise mais atenta olhei para o chão da gaiola e vi metade da casca de um ovo. Finalmente nasceu qualquer coisa!


Confirmado que os machos verdes cumpriram a sua parte, faltava agora ver quantos filhotes nasceram. Tive de afugentar a fêmea do ninho e ver. Nasceram 2 crias, dois ovos não eclodiram. Pretinhos e muito pequenos pele lustrosa, mas muito fraquinhos. Agora tinha de ver se seriam alimentados pelos pais adoptivos. Este ponto era uma incógnita pois a fêmea foi uma troca que eu fiz para desenrascar um colega que tinha "um casal de fêmeas".

Outro contratempo foi que durante o choco esta fêmea esteve doente. No ninho chegou a ter a cabeça debaixo da asa, nessa altura peguei nela e verifiquei que tinha o peito quase seco. Ataquei o mal logo com comprimidos bioserine, 1 comprimido durante 5 dias. Felizmente recuperou sem abandonar o choco. Depois deste tratamento continuo a dar vitaminas complexo B misturado na agua.

Os canários recem nascidos, geralmente no primeiro dia podem aguentar sem serem alimentados, por isso não me preocupei quando os vi muito vivos, mas de papo vazio. No segundo dia achei estranho continuar tudo igual embora observei menos vitalidade. Na manhã do 3º dia aconteceu o que eu temia, uma cria morta e a outra sem animo pele baça encovada, com sinais de desidratação. Não estou habituado a lidar com estes casos, pois não uso amas nos canários de cor, nem auxilio os pais na tarefa de alimentar as crias.

Bom tinha de intervir e fazer algo bem ou mal, pois ficar parado ou esperar seria fatal. Lembrei-me de ler um texto da veterinária brasileira Stella M. Benez. Nesse artigo chamava a atenção do perigo da desidratação das crias. Apresentava uma receita para administrar via oral um soro, feito com sal e açúcar. Será que vale a pena? Pensei nessa altura.

Photobucket

Já la vão uns anos, fui visitar uma exposição, vi e comprei uma sonda, (agulha com o bico redondo para seringa) próprias para alimentar e/ou administrar medicamentos líquidos. Sem muitas esperanças, aspirei agua simples para a seringa, abri o frágil bico e lá injectei agua directamente no papo. Depois, comecei a ver o bico meio aberto e respiração ofegante. Olhei para a cria, pele repuxada e seca. Os pelos pareciam suados. Tens poucas hipóteses pensei. La o voltei a colocar no ninho e juntei ao mesmo casal.

Como a fêmea tinha estado doente, mais ou menos uma semana antes, pensei seria melhor acrescentar à papa, o Tabernil Cria, (pó antibiótico vitaminado). Continuei a fornecer na agua de bebida vitaminas do Complexo B.

tABERNIL cRIA


Passadas umas horas fui vigiar, esperando encontrar o pior. Surpresa!!!! A cria estava alimentada com o papo cheio, a pele recuperou o lustro/vitalidade e os pelos estavam secos. Houve uma melhoria com o tratamento/manejo aplicado.

Ganhei a primeira batalha contra a inercia (não fazer nada/ter medo de errar), mas falta ainda passar algum tempo para ter certezas.

Sempre na dúvida, e para confortar as minhas ideias, pensei nas palavras que aprendi com um velho jardineiro. "Pior que fazer mal é não fazer nada."