sexta-feira, 30 de julho de 2010

Uma visão pessoal sobre os standard dos canarios de cor


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Na primeira vez que fui visitar uma exposição de canários de cor fiquei perdido no meio de tanta designação para indicar simplesmente a “cor correcta” de um canário. “Cor correcta” entenda-se designação atribuída pela Confederação Ornitológica Mundial, sigla C.O.M. Perante um problema complicado o melhor método é decompor esse problema em partes mais simples. Encontrado um padrão o problema torna-se resolúvel.
Vou tentar simplificar e concretizar partindo de alguns conceitos básicos quando observamos um canário de cor. O objectivo é permitir uma assimilação mais fácil da nomenclatura dos canários de cor. Certamente os leitores mais avançados e atentos nestas questões me irão perdoar algumas imprecisões e desvios face ao estalão ou standard internacional de canários de cor da C.O.M.
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A distribuição das cores de fundo ou categoria obedece a um destes critérios:
Intenso - Cor lipocrómica uniforme distribuída pela plumagem sem a presença de partes brancas.
Nevado – Cor lipocrómica uniforme distribuída pela plumagem, mas polvilhada pela cor branca.
Mosaico – A distribuição da cor amarela ou vermelha é feita em zonas específicas designadas zonas de eleição que se situam na cabeça, peito, ombros e uropígio. Fora das zonas de eleição a cor é o branco giz.
As Melaninas
Os pigmentos que se depositam junto a raquis (eixo da pena) são as MELANINAS com as cores:
  • O Negro pode variar a sua tonalidade até ao Cinzento, designada por Eumelanina Negra.
  • O Castanho pode aclarar até chegar ao Bege designada por Eumelanina Castanha.
  • O pigmento que se deposita nas bordas da pena é o Castanho (tonalidade do óxido de ferro), designado por Feomelanina.
O grau de pigmentação e a sua localização junto a raquis da pena e ou nos bordos da pena é responsável pela cor e tonalidade escura (Melânicos oxidados) ou tonalidade clara
ASPECTO VISUAL
1-Cor da sub plumagem.
Nos canários de cor temos dois grandes grupos se atendermos a cor da sub plumagem. Se sopráramos as penas do ventre de um canário poderemos encontrar:
Sub plumagem cor branca – canário lipocrómicos.
Sub plumagem cor escura – canário melânico.
Sub plumagem cor branca e cor escura – canário variegado – vulgarmente conhecido por canário pinto, canário galego. Não é aceite nos concursos de canários de cor.
2-Cor da plumagem
Quando olhamos para a cor da plumagem de um canário verificamos o seguinte.
2.1 - Todos (canários lipocrómicos e melânicos) apresentam uma cor de fundo.
2.2 - Alguns (só os canários melânicos) apresentam por cima da cor de fundo, estrias pretas ou castanhas denominadas MELANINAS que são pigmentos naturais que se acumulam na pele e nas partes córneas (penas, bico e patas).
CONSIDERAÇÕES SOBRE O ASPECTO VISUAL
O efeito óptico produzido pela combinação dos diversos pigmentos (Lipocromos e Melaninas) depositados na plumagem do canário é que vai determinar a sua cor.
Os Lipocromos
As cores de fundo ou cores lipocrómicas podem ser uma das seguintes:
  • Amarelo,
  • Amarelo Marfim
  • Branco recessivo,
  • Branco dominante,
  • Vermelho,
  • Vermelho Marfim,
  • Amarelo e Branco , (Mosaico Amarelo)
  • Vermelho e Branco. (Mosaico Vermelho)

(Melânicos diluídos) da plumagem.

A aparência das estrias de NEGRO e ou CASTANHO define a natureza do desenho MELANICO que é composto por:
Barras – formam-se nas penas zona das coberturas, tem o aspecto de virgulas grossas em que o bico da virgula esta voltado para as costas.
Estrias dorsais – formadas por linhas mais ou menos largas que podem começar na cabeça e se prolongam ao longo das costas.
Estrias laterais – linhas situadas em cada flanco com a forma de semente da aveia.
Bigodes – pequenas penas que formam um desenho em forma de virgula em cada um dos lados da mandíbula inferior do bico.
Para um canário de cor ser típico só pode apresentar um aspecto da série clássica (Negro ou Castanho ou Ágata ou Isabel).
As Mutações Melânicas – os pigmentos melanicos, a Eumelanina e a Feomelanina, podem ser afectadas por diluição, inibição, devido a vários factores.

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Em Portugal uma das provas que os Aspirantes a Juiz de Canários de Cor tem de superar é identificar e designar correctamente a maioria das cores de 10 canários de cor colocados a sua frente.
As perguntas que eu faço e o caminho do meu raciocínio é o seguinte:
1 - O canário é lipocromo ou melânico?
2 – Se é melânico então é oxidado ou diluído?
3 – Se melânico oxidado as melaninas são negras ou castanhas?
4 – Existe algum factor de diluição ou inibição das melaninas presentes?
Observação final:
Não sou juiz de canários de cor, por isso este artigo não estará isente de erros ou simplificações. Declino toda a responsabilidade e não vou alimentar polémicas sobre este assunto. Na realização deste artigo consultei varias fontes e fiz as minhas reflexões procurando evitar erros grosseiros, mas como em tudo na vida não há OBRAS PERFEITAS.
Faltam alguns quadros em imagem que eu irei incluir e talvez algumas fotos exemplo... Mas as férias estão achegar talvez demore um pouco...


sábado, 10 de julho de 2010

Fracassos...

A época de criações começa sempre cheia de expectativas. Planeio os acasalamentos, selecciono os reprodutores com base nos resultados das epocas anteriores.


Todos os anos o procedimento é quase sempre igual. Juntos os casais, forneço papa de criação (farinhada), coloco vitaminas AD3EC K na agua de bebida. A vitamina K é importante para a fertilidade das fêmeas mais velhas, a prova foi que este ano todas as posturas foram de 5 ovos. A minha meta é sempre gastar as 20 anilhas que requesito todos os anos, independentemente do numero de postura ser de 2 ou 3 por casal.


Nesta altura ainda não fiz a contabilidade aos ovos perdidos, (não galados ou com embrião morto). Logo na primeira postura tirei só uma cria, numa ninhada com 5 ovos nascer so uma cria... o pior foi que os outros casais na primeira postura todos com 5 ovos e zero crias. Confesso que comecei a entender a angustia de muitos criadores iniciantes e voltar a passar pelos meus tempos iniciais neste passatempo foi um grande golpe.


Para grandes males grandes remédios... Nesta situação em que os reprodutores parecem estar bem custou um pouco dar um remédio (antibiótico) a todos. A minha opção foi fazer uma cura com FP 20/20 (depois irei completar esta mensagem com mais pormenores tecnicos sobre os produtos citados). Os resultados na segunda postura foram melhores aumentou o numero de crias 2 no maximo e 3 ovos não eclodidos. Na terceira postura não fiz nenhum tratamento a situação manteve~se mais ovos chocos e maximo de 2 crias em 5 ovos por ninhada.


O meu plantel certamente que não esta bem, será necessario fazer analises clinicas por um veterinário competente. (Agradeço se alguem me puder ajudar na indicação de um veterinario na zona do Grande Porto - Portugal).

O problema de dar antibióticos as cegas é não sabermos se o tipo de antibiótico é adequado ao microbio. Porque posso estar a baixar o nivel de contaminação sem estar a erradicar a doença. Porque o certo é que nas posturas seguintes à primeira aumentei o numero de crias por postura, mas não conseguir obter 5 ovos 5 crias.


Agora entendo as razões dos chamados tratamentos de desparazitação efectuados antes das criações. Nunca fui adepto porque também nunca tinha passado por esta situação. Aprendi mais alguma coisa... Para o ano de 2011 vou repensar a minha estratégia para o inicio da época de criação.

Esta ano de 2010 nas criações de canarios de cor para mim foi um fracasso.